O filme adota uma estética minimalista e orgânica, privilegiando a luz natural, enquadramentos simples e movimentos suaves de câmera. Cada plano busca revelar a poesia do cotidiano, valorizando gestos, texturas e detalhes que normalmente passam despercebidos. A bicicleta funciona como eixo visual e emocional, conduzindo a narrativa por imagens limpas, afetivas e com forte carga sensorial. Assim, este poema visual carrega a leveza de seu próprio processo: um cinema que nasce do instante, da urgência do gesto criativo e da beleza do que é natural.
A produção nasceu dentro da filosofia da FOCO NA CENA, de contar histórias que não podem esperar pelo orçamento. Porém, no dia agendado para as filmagens, a chuva impossibilitou a gravação do conceito original. Para não desperdiçar as flores compradas e para honrar o impulso criativo, a equipe improvisou uma nova narrativa em uma cidade vizinha onde não chovia. O resultado foi um exercício de criação espontânea diante da câmera, reafirmando a vocação do coletivo de transformar limitações em potência estética e narrativa.